Só há poucos dias me dei conta que o fantasma maligno de 2015 se foi, e eu despertei. Vi um calendário novo, branco. Pra que eu faça o que quiser. Centenas de dias pra serem preenchidos, mas que passam de uma forma tão rápida e desapercebida que quando vemos, já passou. E falamos "Ano que vem eu faço, ano que vem eu vou, ano que vem eu vivo". Esse ano, não. Acordei agora, e vai ser agora que vou começar a viver. Esse vai ser o meu ano, o meu 2016. Mesmo cansada de tantas desilusões, de tantas tristezas, eu preciso tentar.
Eu passei no Prouni (não sei se fala "passei"), por não ter prestado atenção na escolha do curso (jurava que não passaria em nenhum) acabei colocando qualquer coisa lá, e foram cursos só com poucas vagas disponíveis, não raciocinei na hora. Acabei ganhando bolsa 100 % pra Recursos Humanos, período da manhã, e apesar de não ser o curso que eu desejei (nem cheguei a tentar), eu estou grata por ser período matutino. Tenho pavor de sair a noite, apesar da minha cidade não ser tão violenta. Graças aos comentários de vocês, vou considerar fazer esse curso e me esforçar. Sair de casa vai ser bom, ter responsabilidades, algo pra ocupar a mente. De verdade, obrigada a vocês. <3
Finalmente assisti um anime que estava na minha lista há anos, chamado Basilisk. É tipo um Romeo e Julieta da era do Japão feudal (minha época histórica favorita), e com muito mais vítimas fatais. Duas famílias se odeiam, e em cada extremidade, dois jovens que se amam. O protagonista lembra muito meu amor, física e emocionalmente, e esse é um dos animes favoritos dele. O problema é que, ao invés de eu me identificar com a mocinha (doce, delicada, bonita, "magra"), me identifiquei justamente com a amiga do protagonista, que é apaixonada por ele mas não pode beijá-lo, pois sua respiração é tóxica aos homens. E me sinto como ela, com a respiração tóxica, pois a cada dia somos mais amigos, mais o apoio, mais rimos juntos, porém mais me afasto dele, como mulher. Eu sei que não sou o tipo de mulher que ele deseja, e isso é o que dói mais. Ao ver aquela personagem sendo recusada tantas vezes pelo protagonista senti uma identificação tão violenta que já nem queria mais que o casal principal ficasse junto. Queria que o destino dela pudesse ser mudado.
Percebi que minhas compulsões alimentares e cardápio diário são totalmente pra suprir a falta de carinho que sinto. Como coisas muito infantis e só como aquilo por dias, as vezes semanas. Muito leite, chocolate, pães, nutella, bolos e miojo. Sim, miojo é veneno, estou quase careca e sem imunidade por causa dele. Mas, quando me sinto sozinha, preciso comer algo que me deixe alegre, que me faça sentir melhor. E sempre como o que não devo. A comida, ultimamente, é meu único conforto, sei que são reações químicas no cérebro que traduzem o gosto da nutella em bem estar, não é amor e carinho de verdade. Preciso encontrar algo em que eu me sinta amada, querida, desejada, porque o meu Gennosuke não vai me beijar. Nunca.
Desculpem por escrever tanto. Tento escrever pouco, quando vejo, já está assim.
Vou lá, responder vocês.