quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

2016

Feliz 2016.
Só há poucos dias me dei conta que o fantasma maligno de 2015 se foi, e eu despertei. Vi um calendário novo, branco. Pra que eu faça o que quiser. Centenas de dias pra serem preenchidos, mas que passam de uma forma tão rápida e desapercebida que quando vemos, já passou. E falamos "Ano que vem eu faço, ano que vem eu vou, ano que vem eu vivo". Esse ano, não. Acordei agora, e vai ser agora que vou começar a viver. Esse vai ser o meu ano, o meu 2016. Mesmo cansada de tantas desilusões, de tantas tristezas, eu preciso tentar.

Eu passei no Prouni (não sei se fala "passei"), por não ter prestado atenção na escolha do curso (jurava que não passaria em nenhum) acabei colocando qualquer coisa lá, e foram cursos só com poucas vagas disponíveis, não raciocinei na hora. Acabei ganhando bolsa 100 % pra Recursos Humanos, período da manhã, e apesar de não ser o curso que eu desejei (nem cheguei a tentar), eu estou grata por ser período matutino. Tenho pavor de sair a noite, apesar da minha cidade não ser tão violenta. Graças aos comentários de vocês, vou considerar fazer esse curso e me esforçar. Sair de casa vai ser bom, ter responsabilidades, algo pra ocupar a mente. De verdade, obrigada a vocês. <3

Finalmente assisti um anime que estava na minha lista há anos, chamado Basilisk. É tipo um Romeo e Julieta da era do Japão feudal (minha época histórica favorita), e com muito mais vítimas fatais. Duas famílias se odeiam, e em cada extremidade, dois jovens que se amam. O protagonista lembra muito meu amor, física e emocionalmente, e esse é um dos animes favoritos dele. O problema é que, ao invés de eu me identificar com a mocinha (doce, delicada, bonita, "magra"), me identifiquei justamente com a amiga do protagonista, que é apaixonada por ele mas não pode beijá-lo, pois sua respiração é tóxica aos homens. E me sinto como ela, com a respiração tóxica, pois a cada dia somos mais amigos, mais o apoio, mais rimos juntos, porém mais me afasto dele, como mulher. Eu sei que não sou o tipo de mulher que ele deseja, e isso é o que dói mais. Ao ver aquela personagem sendo recusada tantas vezes pelo protagonista senti uma identificação tão violenta que já nem queria mais que o casal principal ficasse junto. Queria que o destino dela pudesse ser mudado. 


Percebi que minhas compulsões alimentares e cardápio diário são totalmente pra suprir a falta de carinho que sinto. Como coisas muito infantis e só como aquilo por dias, as vezes semanas. Muito leite, chocolate, pães, nutella,  bolos e miojo. Sim, miojo é veneno, estou quase careca e sem imunidade por causa dele. Mas, quando me sinto sozinha, preciso comer algo que me deixe alegre, que me faça sentir melhor. E sempre como o que não devo. A comida, ultimamente, é meu único conforto, sei que são reações químicas no cérebro que traduzem o gosto da nutella em bem estar, não é amor e carinho de verdade. Preciso encontrar algo em que eu me sinta amada, querida, desejada, porque o meu Gennosuke não vai me beijar. Nunca.




Desculpem por escrever tanto. Tento escrever pouco, quando vejo, já está assim.

Vou lá, responder vocês.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Convidada Indesejada

Já se sentiram como uma convidada indesejada? Dentro da sua própria vida?
Me sinto assim, nesse momento. Fico desconfortável com qualquer atitude minha, qualquer palavra, ato e coisa que eu sinta, tudo parece inadequado, indesejado.
Meus pais parecem que se irritam, se entristecem com minhas atitudes. Meus amigos (colegas) acabam por vezes ficando bravos comigo, e ele, ah ele... A cada dia mais penso que ele sequer quer ouvir o som da minha voz. Eu mesma sinto que minhas decisões, meus caminhos, tudo está inebriado por uma névoa densa, gelada. Eu não deveria estar aqui...

Eu sempre fui uma pessoa com uma energia fortemente absortiva, percebo facilmente quando não estou agradando. Eu percebo que não sou mais amada da mesma forma pro ele, parte por minha culpa, parte pela dor que carrego, não há como amar alguém que se sente em baixa o tempo todo. Mas o que fazer, quando sua alma doí? Como esconder?  Tento transparecer alegre, sorridente. Ajudo todos no que precisam, mas parece que vou me despedaçar! Respire, um, dois... Não chore. Engula suas emoções, ninguém pode ver, afinal "você tem duas pernas, dois braços, é perfeita e está aí, desse jeito". Aí, desse jeito. Minha melhor definição.

Pelo menos, agora, tenho esse canto pra desabafar. Dessa forma não atrapalho ninguém, não atrapalho mais ainda minha situação e minha cabeça. Aqui, pelo menos aqui, posso descarregar o peso de noites de lágrimas, de frustração. Desculpem, mas preciso me libertar em algum lugar, e não posso fazer isso no mundo real. Meus pais me chamariam de depressiva, meu amor diria que sou louca e o mundo me viraria as costas.Preciso ser normal, preciso de aceitação, preciso ser bonita... Magra, magra, delicada...  Obrigada, pelos elogios no post anterior, mesmo sendo sobre a escrita, me ajuda a ver que ainda tenho alguma utilidade. E é por isso que voltei pro acolhimento dos blogs. Pessoas desconhecidas que são tão gentis umas com as outras. Terminando aqui, irei respondê-las. 

Segunda feira começo um plano novo de dieta, começo um plano novo de vida, "tentar focar mais em mim". Me inscrevi no Prouni pra dois cursos, não quero ser chamada para nenhum. Quero carinho, apenas...

                                                                    ~X~


Perdida na densa floresta há quase um dia, os braços e pernas frágeis da garota estavam sujos, com cortes provocados pelos galhos. Havia chovido e suas vestes estavam encharcadas, rasgadas, sentia-se espancada pela vida e abandonada por todos. Ao aproximar da noite, sentava-se ao lado de um tronco de árvore e o abraçava, pois sabia que as árvores eram vivas. As lágrimas caíam e ela sussurrava repetidamente "Você não pode sair do lugar, então não vai me abandonar, não pode sair do lugar, então não vai me abandonar", e assim adormecia, recitando palavras loucas, mas com sinceridade e apego que mais parecia uma prece. Uma prece por socorro.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Sem título.


Esse blog surgiu da minha total inabilidade de conseguir me expressar pra quem amo, pra quem eu deveria dizer essas palavras. Depois de anos de tentativas (falhas, ridículas e sofridas) eu me dei por vencida. A escrita é o melhor lugar pra por meus pensamentos em ordem. Dessa forma, além de poupar o ser amado de tanta abobrinha, descarrego o peso.

Tenho alguns anos (muitos a mais do que gostaria), não tenho uma carreira, não trabalho, não estudo. Não tenho amigos ou amigas, não saio. Fico feliz se puder passar uma tarde calma e tranquila com meus jogos e minhas músicas. Estou gorda, e além de desabafar, esse blog é pra (tentar) me ajudar a emagrecer. Eu me lembro do meu primeiro blog, quando eu tinha 60 kgs. Bons, bons tempos. Mas, de uma forma ou de outra, esse blog e o outro começaram pelo mesmo motivo. A inabilidade, a insegurança, o medo, a maldita comparação. Tudo por ele, tudo relacionado a ele.

Engordei, perdi minha saúde, meus cabelos, ganhei colesterol, espinhas, dores pelo corpo, chagas que sangram todo o dia na alma. Perdi emprego, perdi estudo, perdi contatos. Tudo por procurar loucamente uma forma de me tirar de um buraco que me meteram, e parece a cada dia mais sem fundo. No dia 25 de dezembro se completaram 7 anos de loucura. Mas sete é número da sorte, certo? Quem sabe, agora algo muda? Quem sabe... (Ah, como é linda a esperança)


                                                                  ~x~

"Era uma vez, uma camponesa, que plantava morangos e colhia sonhos. Um belo dia, seu sonho estava ali, bem na sua frente. Depois de tantos anos desejando por este momento, decidiu seguir o sonho, que brilhava docemente e lhe fazia esquecer o mundo ao redor. Ao mais longe que se colocava, mais distante ficavam seus sentidos, e sequer notou no quanto seus pés descalços se feriam nas pedras do caminho. Os braços eram cortados por galhos tenebrosos, e a noite chegava ligeira. Quando deu por si, seu sonho se desvaneceu e ela ficou sozinha, fraca e perdida na floresta escura.
Quanto mais tentava sair, mais se perdia. Quanto mais tentava gritar, mais dor sentia, e quanto mais caminhava, mais sangrava. Estava tudo perdido, ela pereceria ali."