Se tem uma coisa que eu sempre digo é que ninguém precisa te dizer o quanto você está gorda ou te mandar emagrecer. Ninguém. Nem seu pai, nem sua mãe, marido, vizinha, peguete. Ninguém. No último caso um médico, mas isso foi porque primeiramente você foi ao médico, então você está querendo saber o que fazer pra melhorar a saúde. Mas fora um médico, ninguém. Sabe porque? Porque temos espelhos em casa, porque sabemos o quanto é ruim suar, cansar numa ladeira. Porque só nós sabemos a dor de passar na Renner ou Forever 21 e não encontrar uma peça de roupa que você goste e sirva, e chorar no provador. Porque só nós sabemos o quanto é ruim querer dar uns pegas de luz acesa ou usar roupa sensual e se sentir um botijão de gás tentando ser sexy.
Eu sempre repudiei quem dissesse pra outras pessoas que elas estavam gordas. Minha mãe sempre foi obesa mórbida e nunca sequer ousei insinuar que ela pudesse estar gorda. No máximo, dizia que "antes ela estava mais gorda, mas agora tinha emagrecido" ou então "seu rosto está um pouco inchado" e só. A palavra gorda remete a milhares de coisas, e todas elas ruins. A desleixo, a doença, a gula, a preguiça, a feiura. Por isso, dizer que alguém está gordo e mandar esse alguém emagrecer pra mim é quase uma agressão (pensem como quiserem, infelizmente eu penso assim). Daí que conversando com a minha mãe, essa mesma mãe que eu tanto poupei, chego na seguinte situação:
Eu: "Ah, minhas pernas doem, mesmo quando não me esforço. Achei que era o anticoncepcional, mas não era, tirei ele e tudo piorou" (começo a tirar comida pro meu esposo num prato grande, em seguida pra mim, num de sobremesa)
Mãe: "Acho que um mês é pouco pra dar resultado. Mas quando você emagrecer um pouco, vai melhorar"
Eu: "Não sei... Parece difícil demais pra mim. Sei lá, dá vontade de aceitar e deixar correr" (sento na mesa com ela, um prato com uma linguiça, salada e três colheres de sopa de arroz branco)
Mãe: "Nossa, mas você está pesando quanto? 90 kg???"
Eu: "Não né ow, nunca cheguei nisso. Estou com 83" (enfiei uma colherada na boca, de cabeça baixa)
O tempo fechou. Minha mãe me olhou muito séria, mas ao mesmo tempo com muita pena e um certo desgosto. Balançou a cabeça como se não acreditasse no que tinha ouvido. E daí ela disparou, num inconformismo que me surpreendeu:
Mãe: "Ahh, não! Não, não, você está muito gorda. Você vai emagrecer, ah se vai. Que horror, não acredito nisso. E é pra comer só isso de comida, não é pra repetir, ouviu?!"
Eu fiquei atônita. Ela começou a falar um monte de coisas, que entraram por um ouvido e saíram pelo outro. Eu me senti tão mal comendo que só terminei porque tive vergonha de jogar fora. Ela continuou falando, eu sem responder. Terminei e fui lavar meu prato, de cabeça baixa, me sentindo a mais gorda das porcas, a mais obesa das filhas. Ela começou a pedir desculpas, mas "era a realidade". Eu disse que tudo bem, que ela estava certa, pedi licença e subi pra minha casa, que é um andar pra cima. Isso já faz alguns dias, peço desculpa a vocês por ter sumido. Isso me deixou tão mal, mexeu tanto comigo e eu fiquei tão atônita que não conseguia vir aqui (desculpa Roxy, meu amor. Praticamente abandonei meu celular esses dias).
Algumas de vocês podem dizer que ela só quer meu bem, e eu não duvido disso. Mas a expressão dela pra mim foi de total desapontamento, de tristeza, de dó, de desgosto. De "nossa, como minha filha está gorda". E isso doeu tanto, mais tanto, que mesmo minha mãe sendo minha melhor amiga, não consigo conversar com ela direito, ainda. E quando ela falou do prato de comida,que não era pra eu repetir, me senti como alguém que comesse desenfreadamente quilos e quilos de comida, era como se eu fosse uma espécie de animal, sei lá. Me senti tão sozinha, tão abandonada, me senti como a vergonha da família, a obesa nojenta. Eu ainda estou me sentindo assim. Por isso não vim aqui por tanto tempo. Desculpem.
Hoje vi esse vídeo, me deu um up, espero que ajude alguém daqui, também.:
Mãe: "Ahh, não! Não, não, você está muito gorda. Você vai emagrecer, ah se vai. Que horror, não acredito nisso. E é pra comer só isso de comida, não é pra repetir, ouviu?!"
Eu fiquei atônita. Ela começou a falar um monte de coisas, que entraram por um ouvido e saíram pelo outro. Eu me senti tão mal comendo que só terminei porque tive vergonha de jogar fora. Ela continuou falando, eu sem responder. Terminei e fui lavar meu prato, de cabeça baixa, me sentindo a mais gorda das porcas, a mais obesa das filhas. Ela começou a pedir desculpas, mas "era a realidade". Eu disse que tudo bem, que ela estava certa, pedi licença e subi pra minha casa, que é um andar pra cima. Isso já faz alguns dias, peço desculpa a vocês por ter sumido. Isso me deixou tão mal, mexeu tanto comigo e eu fiquei tão atônita que não conseguia vir aqui (desculpa Roxy, meu amor. Praticamente abandonei meu celular esses dias).
Algumas de vocês podem dizer que ela só quer meu bem, e eu não duvido disso. Mas a expressão dela pra mim foi de total desapontamento, de tristeza, de dó, de desgosto. De "nossa, como minha filha está gorda". E isso doeu tanto, mais tanto, que mesmo minha mãe sendo minha melhor amiga, não consigo conversar com ela direito, ainda. E quando ela falou do prato de comida,que não era pra eu repetir, me senti como alguém que comesse desenfreadamente quilos e quilos de comida, era como se eu fosse uma espécie de animal, sei lá. Me senti tão sozinha, tão abandonada, me senti como a vergonha da família, a obesa nojenta. Eu ainda estou me sentindo assim. Por isso não vim aqui por tanto tempo. Desculpem.
Hoje vi esse vídeo, me deu um up, espero que ajude alguém daqui, também.: