terça-feira, 29 de março de 2016

Inveja.

Faculdade. Saída. Estava feliz por ir embora.
Eu e algumas colegas andávamos e uma menina andava na nossa frente. Aquela menina era a visão da perfeição. O que toda ana, mia, gorda, magra, toda mulher quer ser.


Era mais ou menos isso aqui.

Ela tinha cabelos de uma cor natural, porém brilhavam muito e eram alinhados, tinham um balanço incrível, eram até o bumbum. Ela deveria ter uns 1.65 de alt e uns 50 kgs, no máximo. Usava uma calça azul bebê que eu julgo ser tamanho 34, de tão apertada, mas parecia feita no corpo dela. Um thig gap de fazer qualquer modelo suspirar, muito parecido com o da foto acima., e uma botinha preta nos pés. Em cima, uma blusinha lembrando uma camisa, branca e fina, com mangas curtas. Novamente, a blusa devia ser um PP ou tamanho infantil, pois parecia feita no corpo dela. Ela usava uma bolsa azul, combinando com tudo. Passamos por ela, ela sorriu pra uma das meninas que conhecia. Dentes perfeitos, pele sem manchas, maquiagem leve. Em um dos livros escrita a frase que me deixou no chão: "Psicologia - 3º Semestre".  

Explico: a faculdade que eu quis fazer por muitos anos foi Psicologia, mas desisti porque toda a minha família me acha sensível demais pra isso. Minha luta pro meu cabelo crescer vem desde 2009 e só agora tenho obtido resultados satisfatórios, mas com uma queda violenta devido a anemia sou mais careca que qualquer outra coisa. Minha pele ainda sofre com uma adolescência cheia de hormônios, só de uns 4 meses pra cá vem melhorando. Meu peso? Pfff.. Sonho há anos em usar calças coloridas, mas minhas coxas são tão gordas que pareceriam cones de trânsito... Aquela menina era a personificação do que eu gostaria de ser, mas falhei miseravelmente em todos os aspectos.


Eu estava muito embasbacada pra voltar ao assunto das provas e trabalhos

- Aquela cor de calça é linda, né? - Disse eu pra uma colega, bem mais gordinha que eu.
- Ah, aquela azul? Tenho uma daquela cor, mas não uso.

Fiquei me perguntando se eu também não poderia ir lá, simplesmente, e comprar uma maldita calça azul. Afinal, haviam tamanhos maiores. Daí me vi no reflexo de um carro estacionado, e a situação foi horrível. Braços de rolo compressor, pernas raspando uma na outra, um quase queixo duplo e bochechas grandes e rosadas. Eu via minha barriga começar a querer aparecer, e meus peitos pareciam balões de ar. Não. Definitivamente, não. NADA do que uma loja me oferecesse ficaria bem em mim.

Quando eu conheci meu amor, eu pesava 56 kg, era uma época em que minha depressão estava fodida, que eu chorava muito, não lembrava sequer que comida existia. Não lembro se tinha tigh gap, mas lembro que qualquer roupa de qualquer loja ficava linda, que as vendedoras se surpreendiam com minha cintura, que me vestia como bem quisesse. Eu tenho uma certeza quase absoluta que foi meu peso que estragou meu relacionamento, e não culpo o meu amor. Ele tinha uma magra que se transformou em obesa. Até eu desanimaria. Aliás, eu já desanimei. 


Talvez eu devesse apresentar a estudante de Psicologia pra ele...

domingo, 27 de março de 2016

Não quero ir

Amanhã tenho faculdade, não posso faltar, se não perderei matéria de prova. Mas não quero ir.
Tenho que passar os pedidos das minhas vendas (trabalho em parceria com minha mãe, ela vende e eu cuido do financeiro), mas não quero.
Tenho urgentemente que comprar comida, limpar meu guarda roupa e depilar as pernas, mas não quero.

Queria poder passar o dia em casa, sem fazer nada. Dormindo. E pensar que passei os últimos 6 meses assim, em casa, tranquila. Daí inventei de fazer faculdade, unicamente pra provar não sei pra quem que eu conseguia uma bolsa. Maior burrada da vida.
Tenho falta de vitamina D (os anos varando a noite e dormindo de dia cobram sua parcela) e falta de ferritina (reserva de ferro) no sangue, o que me deixa mole, sonolenta, extremamente cansada, além de dores constantes nas pernas.Isso tudo me faz querer comer muito... Hoje não fiz dieta. Além de ter ganhado 5 bombons pela manhã (que já se foram todos), eu me lembrei que simplesmente não tenho nada em casa além de arroz branco, margarina, ovos e banana. Me virei com o que tinha, comendo mais que o normal, obviously.

Em resumo, não queria fazer nada, nada. Absolutamente ficar olhando o teto, deitada na minha cama, criando situações na minha cabeça. Mas daí lembro que todo mundo aqui em casa trabalha fora, menos eu, e que ninguém me exige que eu vá ganhar meu pão, simplesmente querem que eu estude. Porque é tão difícil? Levantar, encontrar pessoas, fingir que se interessa, que quer fazer social, quando na verdade você quer simplesmente ficar quieta, no silêncio, na paz? Sonhando com coisas que poderiam acontecer caso eu não fosse como sou, lembrando de quando eu ainda tinha "saúde" e não me sentia tão cansada, ou então lembrando de quando algumas pessoas que eu amava ainda eram vivas, de quando eu pesava 63 quilos e me achava gorda, de passar a noite trocando segredos com as priminhas e contando secretamente "de quem eu gosto".


Mas a faculdade está lá, berrando meu nome, e o Prouni é implacável.
E o celular marca as 4 horas e 10 minutos que tenho para dormir.

Não ir não é uma opção.


sábado, 26 de março de 2016

O que eu temia...

Olá, meninas. Peguem uma cadeira, o choro vai ser longo, constante e agudo.
Antes as devidas explicações: a faculdade, a saúde e um possível trabalho me deixaram longe daqui mas, como sempre, acontece alguma merda na minha vida, daí tenho que vir aqui desabafar.


Eu surtei com meu companheiro (sim tenho um relacionamento de longa data). Nas nossas brigas (que não são constantes, porém são muito tensas e rendem dias "mal") eu sempre falo e ele escuta, querendo que a briga acabe rápido e que eu pare de falar. Mas dessa vez eu não parava, falava, falava. Mantinha o tom de voz, estava relativamente calma. Mas não parava de falar. Despejei um monte de coisas, chorei, fiz chantagem, tudo pra ver se resolvíamos nossos problemas. Daí ele me olha, e fala como se fosse algo normal:


"Você é infeliz comigo, essa que é a verdade. Quando você está chorando eu sei que é por minha causa, eu não preciso perguntar pra saber. Mas eu não vou mudar, não adianta você esperar, porque eu não vou mudar, e pronto."


O que eu estava pedindo pra ele mudar era o fato de não me dar apoio, de não me ajudar quando tenho problemas de ordem emocional, não conversar comigo quando me vê chorando, dele simplesmente não estar nem aí pra mim.

E ele disse isso, aí em cima, foi a única fala dele na briga toda. Perguntei se ee não se sentia mal sabendo que eu chorava por causa dele, que se ele não queria fazer algo a respeito. Nothing, niente, nada. Ele ficou em silêncio. Como uma pessoa que supostamente diz te amar sabe que você está mal, te vê chorando e sequer tenta te fazer sentir melhor?? Eu disse que ia buscar o divórcio no dia seguinte.

Dois dias a frente meio que "fizemos as pazes."
 Mas infelizmente sei que a partir de agora meu relacionamento com ele será apenas amizade. Se antes já era, agora, com esse meu surto, comigo gorda, comigo chata, comigo estudante sem emprego, aí é que ele não vai me querer mesmo... E o que me dói fodidamente é que amo ele como no primeiro dia. Eu sei que ele não me ama mais, que pra ele sou uma amiga, e isso está acabando comigo. Sou daquelas pessoas que se a vida amorosa não estiver tranquila, não vale a pena viver. Quando digo tranquila, falo no sentido de tudo estar em paz, independente de estar com alguém ou não. E como minha vida amorosa agora é inexistente, mesmo morando com o objeto de meu amor, pra mim tudo está um inferno. 
Então, o que eu mais temia aconteceu, eu consegui fazer a grande cagada de perder o cara perfeito. Parabéns pra mim, que consegue fazer com que todos a minha volta desanimem comigo, me odeiem e queiram me abandonar.

Provavelmente vou ficar muito por aqui agora, já que me sinto mais sozinha e perdida do que nunca. Mas me contem de vocês, como estão? A dieta retoma amanhã (sim, eu comi feito uma ensandecida nesses dias e devo estar com horrorosos 85 kg, tenho até medo de me pesar e estragar mais ainda meu psicológico)



quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Chega.

Soa muito, muito adolescente.
Mas, com o passar dos anos, descobri que tem pessoas que realmente são incompreendidas pelos outros. Quando sua mãe te chama de grossa, preguiçosa. Suas amigas te chamam de lerda, desinteressada, até mesmo boba. Quando seu namorado/amor diz que você só faz drama, é muito chorona e infantil. Quando ninguém em volta sabe o que você sente e simplesmente te rotula como rebelde, complicada ou estranha. 


Lembro até hoje, quando eu realmente descobri que o problema estava comigo. Que a culpada não é minha mãe, meu namorado ou amigos, que a culpada sou eu. Abri um blog pra desabafar, era meu alento. E vejo que toda vez que o negócio aperta, que me sinto pequenininha, que não tenho com quem falar, corro pra cá. Antes eu comia de menos, agora como demais. Os sentimentos não mudaram desde lá, no começo.

Quero muito mudar a forma como me vejo e como eu me trato. Não posso esperar que os outros me amem, que os outros me achem bonita, que me elogiem e tenham orgulho de mim. Eu tenho que ter tudo isso por mim, em primeiro lugar. Eu tenho que ser incrível pra mim. E vou ser. Chega.

Estou cansada. Cansada de implorar amor e não receber, cansada de me anular pelas pessoas e só receber críticas, cansada. Parece muito, muito adolescente isso tudo que eu disse, mas talvez seja porque na época da adolescência é que começamos a nos dar conta de como a vida realmente é. 




Quero agradecer em especial a Anita, obrigada pelo vídeo. Realmente, me ajudou muito.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Sem Querer

Esses dias parece que um furacão passou na minha vida.

Minha mãe está extremamente doente, tive que passar dias correndo atrás do Prouni, estudando e prestando concursos, eu também acabei doente, com tanta pressão. O engraçado é que estou fazendo isso sem querer, estou indo atrás de concursos, de faculdades, de uma nova vida querendo ficar na vida antiga. Não quero ter que ser obrigada a ter contato com o mundo, quero ficar quieta, em casa. Eu sei que soa ingrato da minha parte, sei que várias pessoas queriam ter a oportunidade de fazer o Prouni, prestar concursos... Mas eu não quero. Odeio ter que conviver, odeio ter que fazer "social", a voz das pessoas desconhecidas me irrita, e gosto de ficar em casa, com meu amor, mesmo com o relacionamento não estando 100%, ele ainda é a melhor companhia que tenho. O tempo que passo com ele é descompromissado e alegre, e rimos muito juntos. Isso era tudo o que eu precisava no momento, mas meus pais insistem em me querer trabalhando, estudando. "Vivendo", segundo eles.

Esses dias só foram bons pra uma alimentação mais saudável, já que nem tive tempo pra pensar em bobagens, apenas na sexta feira que exagerei um pouco, mas mesmo assim venci minha timidez e pedi uma salada no shopping. Ela vinha com frango e molho a base de mostarda e iogurte, e confesso que me  senti satisfeita, o problema foi que exagerei na sobremesa, mas no fim das contas acabou compensando. Nos outros dias tenho feito algo inédito: como arroz, feijão e uma proteína magra quase todos os dias e frutas também, aqui na minha cidade tem feito muito calor, então água e líquidos são uma necessidade. No dia da prova do concurso comi chocolate, pra ativar o cérebro pela manhã (acreditem, cientificamente comprovado). Vou me pesar na quarta, e quarta também é o dia da feira. Decidi que já que sou obrigada a "viver uma vida normal", que eu viva mais magra e mais saudável.

Sobre o meu coração... Tenho visto alguns vídeos de auto ajuda, de como se livrar da tristeza, de dores, de vícios emocionais. E isso tem me ajudado horrores, tenho aprendido, aos poucos, que quem tem que me fazer feliz sou eu, e que se eu não fico feliz, se estou descontente, insatisfeita, quem tem que mudar isso sou eu, não o meu amor, não meus pais. Se quiserem, passo os links. Tem sido libertador.

E agora, vou passar nos vossos blogs. <3
Tenham uma ótima semana.




"E mesmo que o vento lhe cortasse o rosto, mesmo que os pés estivem com bolhas e doloridos, mesmo com os olhos embaçados pelas lágrimas e o corpo em brasa pela febre, a única coisa em que a mente dela conseguia se concentrar era nele. No sorriso dele, no corpo, na voz, nos cabelos. Mas principalmente, na voz. A voz dele era um bálsamo para sua alma, e todas as dores lhe pareciam menores, e qualquer barreira transponível. Ela só precisava aguentar mais um pouco. Só mais um pouco."

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

2016

Feliz 2016.
Só há poucos dias me dei conta que o fantasma maligno de 2015 se foi, e eu despertei. Vi um calendário novo, branco. Pra que eu faça o que quiser. Centenas de dias pra serem preenchidos, mas que passam de uma forma tão rápida e desapercebida que quando vemos, já passou. E falamos "Ano que vem eu faço, ano que vem eu vou, ano que vem eu vivo". Esse ano, não. Acordei agora, e vai ser agora que vou começar a viver. Esse vai ser o meu ano, o meu 2016. Mesmo cansada de tantas desilusões, de tantas tristezas, eu preciso tentar.

Eu passei no Prouni (não sei se fala "passei"), por não ter prestado atenção na escolha do curso (jurava que não passaria em nenhum) acabei colocando qualquer coisa lá, e foram cursos só com poucas vagas disponíveis, não raciocinei na hora. Acabei ganhando bolsa 100 % pra Recursos Humanos, período da manhã, e apesar de não ser o curso que eu desejei (nem cheguei a tentar), eu estou grata por ser período matutino. Tenho pavor de sair a noite, apesar da minha cidade não ser tão violenta. Graças aos comentários de vocês, vou considerar fazer esse curso e me esforçar. Sair de casa vai ser bom, ter responsabilidades, algo pra ocupar a mente. De verdade, obrigada a vocês. <3

Finalmente assisti um anime que estava na minha lista há anos, chamado Basilisk. É tipo um Romeo e Julieta da era do Japão feudal (minha época histórica favorita), e com muito mais vítimas fatais. Duas famílias se odeiam, e em cada extremidade, dois jovens que se amam. O protagonista lembra muito meu amor, física e emocionalmente, e esse é um dos animes favoritos dele. O problema é que, ao invés de eu me identificar com a mocinha (doce, delicada, bonita, "magra"), me identifiquei justamente com a amiga do protagonista, que é apaixonada por ele mas não pode beijá-lo, pois sua respiração é tóxica aos homens. E me sinto como ela, com a respiração tóxica, pois a cada dia somos mais amigos, mais o apoio, mais rimos juntos, porém mais me afasto dele, como mulher. Eu sei que não sou o tipo de mulher que ele deseja, e isso é o que dói mais. Ao ver aquela personagem sendo recusada tantas vezes pelo protagonista senti uma identificação tão violenta que já nem queria mais que o casal principal ficasse junto. Queria que o destino dela pudesse ser mudado. 


Percebi que minhas compulsões alimentares e cardápio diário são totalmente pra suprir a falta de carinho que sinto. Como coisas muito infantis e só como aquilo por dias, as vezes semanas. Muito leite, chocolate, pães, nutella,  bolos e miojo. Sim, miojo é veneno, estou quase careca e sem imunidade por causa dele. Mas, quando me sinto sozinha, preciso comer algo que me deixe alegre, que me faça sentir melhor. E sempre como o que não devo. A comida, ultimamente, é meu único conforto, sei que são reações químicas no cérebro que traduzem o gosto da nutella em bem estar, não é amor e carinho de verdade. Preciso encontrar algo em que eu me sinta amada, querida, desejada, porque o meu Gennosuke não vai me beijar. Nunca.




Desculpem por escrever tanto. Tento escrever pouco, quando vejo, já está assim.

Vou lá, responder vocês.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Convidada Indesejada

Já se sentiram como uma convidada indesejada? Dentro da sua própria vida?
Me sinto assim, nesse momento. Fico desconfortável com qualquer atitude minha, qualquer palavra, ato e coisa que eu sinta, tudo parece inadequado, indesejado.
Meus pais parecem que se irritam, se entristecem com minhas atitudes. Meus amigos (colegas) acabam por vezes ficando bravos comigo, e ele, ah ele... A cada dia mais penso que ele sequer quer ouvir o som da minha voz. Eu mesma sinto que minhas decisões, meus caminhos, tudo está inebriado por uma névoa densa, gelada. Eu não deveria estar aqui...

Eu sempre fui uma pessoa com uma energia fortemente absortiva, percebo facilmente quando não estou agradando. Eu percebo que não sou mais amada da mesma forma pro ele, parte por minha culpa, parte pela dor que carrego, não há como amar alguém que se sente em baixa o tempo todo. Mas o que fazer, quando sua alma doí? Como esconder?  Tento transparecer alegre, sorridente. Ajudo todos no que precisam, mas parece que vou me despedaçar! Respire, um, dois... Não chore. Engula suas emoções, ninguém pode ver, afinal "você tem duas pernas, dois braços, é perfeita e está aí, desse jeito". Aí, desse jeito. Minha melhor definição.

Pelo menos, agora, tenho esse canto pra desabafar. Dessa forma não atrapalho ninguém, não atrapalho mais ainda minha situação e minha cabeça. Aqui, pelo menos aqui, posso descarregar o peso de noites de lágrimas, de frustração. Desculpem, mas preciso me libertar em algum lugar, e não posso fazer isso no mundo real. Meus pais me chamariam de depressiva, meu amor diria que sou louca e o mundo me viraria as costas.Preciso ser normal, preciso de aceitação, preciso ser bonita... Magra, magra, delicada...  Obrigada, pelos elogios no post anterior, mesmo sendo sobre a escrita, me ajuda a ver que ainda tenho alguma utilidade. E é por isso que voltei pro acolhimento dos blogs. Pessoas desconhecidas que são tão gentis umas com as outras. Terminando aqui, irei respondê-las. 

Segunda feira começo um plano novo de dieta, começo um plano novo de vida, "tentar focar mais em mim". Me inscrevi no Prouni pra dois cursos, não quero ser chamada para nenhum. Quero carinho, apenas...

                                                                    ~X~


Perdida na densa floresta há quase um dia, os braços e pernas frágeis da garota estavam sujos, com cortes provocados pelos galhos. Havia chovido e suas vestes estavam encharcadas, rasgadas, sentia-se espancada pela vida e abandonada por todos. Ao aproximar da noite, sentava-se ao lado de um tronco de árvore e o abraçava, pois sabia que as árvores eram vivas. As lágrimas caíam e ela sussurrava repetidamente "Você não pode sair do lugar, então não vai me abandonar, não pode sair do lugar, então não vai me abandonar", e assim adormecia, recitando palavras loucas, mas com sinceridade e apego que mais parecia uma prece. Uma prece por socorro.